De Soldado a Coronel da Polícia Militar do Maranhão foram 36 anos de muitas emoções e dedicação para Maria Augusta de Andrade Ribeiro. Nos últimos cinco anos, Coronel Augusta Andrade, ficou conhecida no Maranhão, e fora dele, e deixou sua marca registrada na instituição. “Não me arrependo de ter escolhido essa profissão. Faria tudo de novo”, disse ao Blog.
Como foi pra você ter ocupado o cargo de comandante de Segurança Comunitária da Polícia Militar no Maranhão?
Pra mim foi muito especial, por ser o setor da Polícia Militar que trabalha com os Programas Sociais da Polícia, sendo eles: o Proerd - Programa Educação de Resistência às Drogas, trabalha diretamente no acompanhamento e formação de crianças e jovens dentro das escolas e essa aproximação com eles é maravilhoso; O Batalhão Escolar, que realiza a Ronda Escolar é um policiamento específico nas escolas, com rondas no entorno das escolas, palestras, mediação de conflitos e tem contato direto com a coordenação escolar e com os pais dos alunos e que quando necessário, trabalha junto com a promotoria de justiça da educação, e a Patrulha Maria da Penha, que foi criada através de Decreto do Governo em 2016 pra dar uma maior efetividade a Lei Maria da Penha no cumprimento e fiscalização das Medidas Protetivas de Urgência. Posso falar que me sinto muito feliz por ter tido a oportunidade de desenvolver um trabalho tão próximo da população. O verdadeiro sentido do trabalho comunitário: Polícia e Comunidade juntas.
Você foi a segunda mulher a chegar ao posto de Coronel dentro da Policia Militar do Maranhão. Isso lhe envaideceu?
Não, isso não me envaideceu. Isso me deixou muito feliz e ao mesmo tempo agradecida a Deus por ter chegado ao Posto de Coronel da Polícia Militar, em dezembro de 2016, em uma instituição predominante masculina e que não é tão fácil pra mulher chegar ao posto de Coronel. Estou agradecida ao Governador Flávio Dino, pela confiança em me promover e também, juntamente, com o Secretário de Segurança Pública, Dr Jeferson Portela, me colocarem a frente do Comando de Segurança Comunitária. Feliz por representar milhares de mulheres, não só as que fazem parte da corporação, mas mulheres de todas as outras áreas de trabalho.
Coronel Augusta, você entrou para a PM em 1986. Depois de tantos anos de dedicação e agora na reserva, quais as suas expectativas?
Foram vários anos da minha vida dedicados a essa carreira que escolhi ainda muito jovem. Foi o meu primeiro concurso, meu primeiro emprego. Não me arrependo de ter escolhido essa profissão, ou ela me escolheu. Faria tudo de novo, começaria do zero novamente, se tivesse que recomeçar. Mas te confesso que esses últimos cinco anos, a frente do Comando de Segurança Comunitária, foi muito importante nessa minha trajetória na vida Militar. Trabalhar com mulheres vítimas de violência doméstica não é fácil, trabalhar com a Dor e o Sofrimento dessas mulheres. Mas ao mesmo tempo nos conforta saber que o nosso trabalho ajudou muitas delas a romper o Ciclo da Violência e ter uma vida digna. Trabalhar na Rede de Proteção à Mulher é muito importante, ACOLHER, PROTEGER e AJUDAR mulheres a sair de um relacionamento abusivo é gratificante.
Tens interesse em seguir uma carreira política?
Ainda não sei. Tenho muita vontade de desenvolver um trabalho que seja nessa linha de Proteção à Mulher, acolher mulheres, ajudar essas mulheres a seguir em frente, ter uma vida digna e sem violência. Durante os meus 5 anos de Coronel essa foi uma das minhas principais missões, acolher mulheres. Dia 30 de dezembro de 2021 completei 5 anos no Posto de Coronel da Polícia Militar e por cumprimento de uma lei fui pra reserva da Polícia Militar. Eu sempre acreditei muito em Deus e seja o que Deus quiser, o que tiver de ser daqui pra frente será.
O que diz para as mulheres que querem seguir a carreira militar?
Que sigam! Que façam concursos, seja pra Praça ou Oficial, que sejam bem vindas a Polícia Militar, que esse espaço também é nosso, temos todo o direito de fazer parte da Instituição Polícia Militar. Sempre procuro encorajar as mulheres a fazer parte da Polícia Militar. Pedras vamos encontrar em todos os caminhos, mas a gente as tiras da frente e vamos seguindo nossa caminhada. Como se fala diariamente "Lugar de Mulher é Onde Ela Quiser", e é isso mesmo. Olha eu, mulher, Coronel da Polícia Militar do Maranhão, com muito orgulho. E que venham mais mulheres a ocupar o posto de Coronel. Essa é a minha torcida para as mulheres.
Quem é Augusta Andrade?
Maria Augusta de Andrade Ribeiro. Filha de Antônio Augusto Ribeiro e Maria Alves de Andrade Ribeiro. Mãe de um príncipe lindo de 17 anos. Tarcio Augusto, minha maior conquista, amor da minha vida. Uma menina sonhadora, que veio ainda criança do interior do Piauí para o Maranhão, começando os estudos em Caxias, sempre digo que o meu coração é maranhense. Fiz concurso pra Polícia Militar, primeiramente pra soldado e depois fiz pra oficial, fazendo o curso de formação de oficiais na Academia da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Portanto tenho muito orgulho de dizer: Augusta Andrade.