A médica Ludhmila Hajjar, que estava cotada para assumir o Ministério da Saúde, deu uma entrevista, na tarde desta segunda-feira (15) para o programa EstudioI, da Globo News, onde falou como foi a reunião que teve com o presidente Jair Bolsonaro, no domingo (14) e o porquê de ter recusado o convite para assumir a pasta.
A cardiologista foi questionada pelos jornalistas sobre quem estava presente na reunião e ela disse que além do presidente Bolsonaro, estavam presentes na reunião realizada no domingo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o Ministro da Saúde, Pazzuelo.
Ludhmilla Hajjar falou que o presidente Bolsonaro esperava que eles chegassem em uma conversa “amistosa que tivesse na linha de pensamento dele”, mas que ela não se adequo “aquilo que ele esperava de um ministro da Saúde”. Ela disse que Bolsonaro “está muito preocupado com as mortes”, mas “o que e quais são as mudanças que ele pretende fazer” para reverter a situação, ela não conseguiu tirar da reunião.
“Meu político é a saúde”
Protocolos médicos
Segundo ela, “não se tem um protocolo único nacional” e que isso tem sido feito de uma maneira “extremamente heterogênea”. A médica informou que cada hospital criou seu próprio protocolo quando na verdade seria importante que todos trabalhassem de uma forma única.
Ataques na internet
“Me atacaram de todos os jeitos”, afirmou a cardiologista, que falou que criaram contas fakes no Twitter e no Instagram só para atacá-la, bem como divulgaram o seu celular em redes sociais e fizeram ameaças de morte, a ela e sua família. A médica falou que durante a madrugada houveram três tentativas de entrarem no hotel em que ela estava. “Esse tipo de gente está atrapalhando a sociedade brasileira”, afirmou na conversa com os jornalistas.
Cenário sombrio
A médica disse que o Brasil precisa de protocolos, e isso é pra ontem. Para ela, “perdeu-se muito tempo na discussão de medicamentos que não funcionam." Ela falou que defendeu medidas de isolamento social para reduzir a mortalidade e que se continuar essa política atual, prevê um "cenário no Brasil é bastante sombrio". Ludhmila previu que se continuar da forma que está o país pode ter “500 a 600 mil mortes até dezembro”.