Um desabafo feito pela ativista da inclusão, Poliana Gatinho, mãe de João, que é autista, na tarde de segunda-feira (10) teve grande repercussão nas redes sociais, e deixou muitos internautas maranhenses indignados. Em videos e post em seu perfil no Instagram, Poliana fez um relato da forma como o seu filho foi tratado na colônia de férias Viva Água, em São Luís.
Em uma série de stories e fotos ela mostrou seu filho brincando em uma quadra de areia sem que ninguém viesse socializar com ele. “Quer avaliar num modo bem preciso o quando a sociedade e excludente? Leve seu filho autista numa colônia de férias”, escreveu Poliana. “Quando entrei em contato com eles avisei sobre a condição”, disse. Poliana relatou em um post que sentiu a exclusão a partir do momento que chegou na Viva Água quando foi solicitado a ela que aguardasse em uma sala, enquanto outras crianças já recebiam pulseiras de identificação e eram encaminhadas pra sala de início das atividades.
Em um ao vivo realizado na manhã desta terça-feira (11) ela relatou que a parte que mais mexeu com seu emocional foi na brincadeira dos balões, quando seu filho ficou sentado olhado as crianças brincarem e nenhuma das instrutoras chamaram ele para brincar com as outras crianças. “Eu nunca me senti tão invisível como naquele lugar”, afirmou. Ela relata que o filho “ficou o tempo todo isolado num canto, brincando sozinho”.
Viva Água rebate acusações
“Nós trabalhamos com inclusão desde 1985, inclusive quando não existia lei de inclusão. É com muita surpresa que vi o relato da mãe”, disse Denise Araújo, diretora da empresa. Segundo ela, em nenhum momento o João foi excluído e que a mãe teve uma “postura injusta e cruel” com a Viva Água.
Sobre as imagens da quadra de Areia, mostradas na internet, Denise afirma que crianças autistas precisam passar por um período de adaptação do espaço, professores e coleguinhas e que o recorte feito pela mãe pode ter sido um momento em que ele estava mais introspectivo. “Se a criança não interagiu é porque a criança autista é resistente ao novo, precisa de adaptação, mas de forma alguma a Viva Agua excluiu essa criança”, garantiu.
Ela informou que a colônia de férias é um serviço oferecido no mês de julho, inclusive com serviços terceirizados, e que a criança não estava matriculada, mas mesmo assim ela foi atendida. “Nós atendemos a criança, mesmo ela não estando adaptada ao ambiente, mas em todos os momentos ela foi assistida”, falou Denise, que inclusive afirmou que as imagens internas na piscina, mostram João participando da atividade na água sendo acompanhado por um instrutor.