Pela primeira vez, em uma edição do Censo no Brasil foi divulgado dados relativos à população quilombola no Brasil. Coordenado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Censo 2022 mostrou que Brasil tem 1,32 milhão de quilombolas, residentes em 1.696 municípios.
O Nordeste concentra 68,19% do total de quilombolas do país. Na região residem 68,19% dos quilombolas do país. A Bahia concentra 29,90% desta população e o Maranhão vem a seguir, com 20,26%. Juntos, os dois estados abrigam 50,16% da população quilombola do país.
O Maranhão tem a segunda maior população quilombola do país, e esta é concentrada em Alcântara, localizada a 30km de São Luís. Cerca de 85% da população da cidade se autodeclara quilombola.
No estado, além de Alcântara, também se destacam autodeclaram quilombolas Serrano do Maranhão (55,7% de população quilombola), Central do Maranhão (48,4%), São Vicente Ferrer (47,5%), Mirinzal (46,7%) e Bacurituba (44,5%).
“São essas populações que mais precisam das estatísticas, desses números. A gente precisa saber quantas escolas, quantos postos de saúde, coisas relacionadas à educação e tudo o que essa população quilombola precisa, como a titulação [de terras]”, disse Cimar Azeredo, que responde interinamente pelo IBGE.
O coordenador executivo da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq ) Denildo Rodrigues de Moraes, o Biko, agradeceu a cada liderança quilombola, que, segundo ele, fizeram o papel do Estado durante o censo e conversaram com suas comunidades para destacar a importância de responder às perguntas do levantamento. “O censo é uma conquista de anos de luta e é importante para que possamos avançar na construção de políticas públicas. Somos mais do que números. A cada número desse bate um coração e uma trajetória de resistência”.
*Com informações da Agência Brasil e Agênccia IBGE