A ex-prefeita da cidade de Bom Jardim, Lidiane Leite, que ficou conhecida mundialmente como “Prefeita Ostentação”, resolveu quebrar o silêncio e concedeu uma entrevista para o jornalista Roberto Cabrini, do Conexão Repórter, do SBT. Ela recebeu Cabrini, em casa, estava sem um pingo de maquiagem e chorou do início ao final da conversa. Segundo a acusada, ela não desviou nada e sempre “viu as escolas sendo reformadas”. Mas, o Ministério Público do Maranhão pensa o contrário e a acusa de desviar cerca de 15 milhões de reais dos cofres públicos da paupérrima Bom Jardim. Mesmo com inúmeras provas contra ela, a ex-prefeita afirma: "Beto Rocha era o prefeito da cidade."
A entrevista de Lidiane foi de negativas. Negou que tenha desviado verba da merenda escolar, negou que tenha feito licitação fraudulenta, negou que ostentava nas redes sociais, e simplesmente negou. Mas, ela também acusou. Acusou o ex-companheiro, Beto Rocha, que foi secretário de Articulação Política, nomeado por ela, de ser o responsável por tudo. Segundo ela, era Humberto Dantas dos Santos quem tomava todas as decisões na prefeitura. Detalhe: também o acusou de espancá-la. Fato este negado por ele: “eu nunca bati em mulher”. Quando as acusações de que era ele o mentor dos desvios foi enfático: “Ela era aprefeita”. Em outro ponto da entrevista Beto Rocha ainda ironizou: “Quer ser malandra e é uma otária”, “Se acha a mais sabida do Brasil”.
As lágrimas da ex-prefeita visto não convenceu os telespectadores e internautas. Pelo visto, nem o choro e nem as acusações do ex-marido. “Analisando a linguagem corporal, tom de voz e análise fácil dessa ex-prefeita ostentação observo que ela está mentindo muito”, “Infelizmente esse choro não nos convence”, “Não dá para acreditar nestas lágrimas. É uma boa atriz”, “Estou chocada com a cara de pau deste casal, “Não sentiam nenhum remorso”, “Com certeza os dois participaram da corrupção”, ”Está claro que ela era uma laranja, “Olha cara desse homem. Bem manipulador”, foram algumas das opiniões vistas nas redes sociais.
Apesar de condenada a 14 anos de prisão, em regime fechado, pelos crimes de fraude de licitação, falsidade ideológica, associação criminosa e crime de responsabilidade, a ex-prefeita não está presa. Lidiane cumpre prisão domiciliar. É que ela foi beneficiada pelo Estatuto da Primeira Infância (Lei nº 13.257/ 2016) que permite a conversão da preventiva pela domiciliar para mulheres gestantes ou com filho de até 12 anos incompletos. Ela é mãe de duas crianças: um menino de 11 anos e um bebê de 9 meses.