Foram duas horas de conversa, palavras de efeito, choro e criticas ao atual governo. Assim foi a entrevista do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva na sede da Polícia Federal, em Curitiba, na sexta-feira (26) aos jornalistas Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, e Florestan Fernandes Júnior, do portal El País.
“Tenho tanta obsessão de desmascarar o Moro, o Dallagnol e sua turma e todos aqueles que me condenaram que eu posso ficar preso 100 anos. Mas não trocarei minha dignidade pela minha liberdade”, enfatizou. Ele ainda disse que quer provar sua inocência.
O petista também convidou o Ministro Paulo Guedes para visitá-lo na Polícia Federal e que lhe dirá como “resolver o problema dos pobres sem causar prejuízos aos pobres”. Lula afirmou que “lamenta profundamente o desastre que está acontecendo no país” e que quando sair da prisão vai fazer o Brasil crescer e que “ta doido pra fazer uma caravana”.
Lula falou que “O Brasil é governado por um bando de maluco” e ao ser questionado sobre o atual governo, disse que até agora o presidente Jair Bolsonaro não sabe o que fazer e que o país está "desgovernado". O ex-presidente afirmou que Bolsonaro tem que construir “um partido sólido, ou não perdura".
O ex-presidente disse também que está “preocupado com o que ta acontecendo com o povo brasileiro” e que acha que “todo mundo vai se lascar”. Para ele, o PT é um partido importante e que a esquerda tem condições de voltar ao poder. Ao falar sobre possíveis nomes que poderiam concorrer à Presidencia, Lula disse que gosta de Ciro Gomes, do governador Flávio Dino e de Guilherme Boulos.
O petista disse que teve um errou grave. "Eu poderia ter feito a regulamentação dos meios de comunicação”, afirmou aos 30 minutos da entrevista. Ele disse que em junho de 2010 deixou tudo pronto para que isso acontecesse. "Ao invés de dar entrada no Congresso porque ia ter eleição, eu falei vamos deixar para o novo governo. A razão pela qual a Dilma não entrou, eu não sei". A declaração não foi questionada pelos dois profissionais.