O Facebook consegue coletar dados de pessoas que não estão cadastradas na rede social. A notícia foi confirmada por Mark Zuckerberg, durante a audiência no Congresso dos Estados Unidos. A empresa obtém os registros de navegação por meio de cookies no navegador – arquivos que podem rastrear os acessos dos usuários na web.
A empresa se defende ao dizer que não usa as informações para publicidade. De acordo com o Facebook, os dados servem apenas para estudo interno, ou seja, sem repasse para terceiros. Em resposta ao congressista Ben Luján, Zuckerberg alega que o rastreio de pessoas sem perfil na rede social é feito por motivos de segurança. Ainda não ficou claro, porém, como a empresa usa as informações obtidas.
A coleta de dados é feita por meio de cookies instalados em sites, a partir das ferramentas de compartilhamento e curtida. Mesmo sem clicar nesses botões, o carregamento da página ainda pode enviar informações – como histórico de navegação e e-mail – à rede social. Vale lembrar que cookies são usados, geralmente, para rastrear os usuários com fins publicitários.
O que o Facebook sabe?
A revelação de Mark Zuckerberg fez com que o Facebook recebesse duras críticas de entidades defensoras do direito à privacidade. Isso porque não há uma forma de descobrir o que a rede social sabe de uma pessoa não cadastrada. Durante a audiência, o CEO afirmou que a empresa não tem a expectativa de criar uma ferramenta própria para isso.
Além disso, também não existe uma forma simples de evitar que os sites enviem informações ao Facebook. Os cookies devem ser excluídos de forma manual, nas configurações de cada navegador sempre ao se conectar à Internet. É importante destacar que o procedimento também exclui dados de navegação de outros sites, e não apenas os registrados pela rede social.
Em comunicado à Reuteus, o Facebook diz que "esse tipo de coleta de dados é fundamental para o funcionamento da Internet". O caso é mais uma faísca em meio ao turbilhão vivido pela rede social nos últimos dias, após a divulgação do Cambridge Analytica. Registros de mais de 87 milhões de perfis foram coletados indevidamente pela empresa de marketing político. A maioria dos usuários é dos EUA, mas também há casos que no Brasil informações de 450 mil brasileiros foram obtidas.