A música brasileira está de luto. Na manhã desta quarta-feira (9) morreu a cantora Gal Costa, aos 77 anos. A artista estava afastada dos palcos desde setembro quando passou por um procedimento cirúrgico para tirar um nódulo na fossa nasal.
O motivo da morte ainda não foi divulgado. Uma das últimas postagens da cantora em seus perfis nas redes sociais foi um vídeo onde aparece cantando “Sorte” com o cantor Caetano Veloso, no Programa Chico e Caetano, em 1986.
A morte de Gal causou comoção e perplexidade entre os artistas que admiravam o trabalho da cantora, considerada uma das mais importantes da música brasileira.
O cantor Marco Duailibe, atual secretário de Cultura de São Luís, me disse que “ficou em choque” ao saber da notícia e que “chorou muito”. Em seu perfil ele escreveu: “Completamente arrasado e impactado com essa notícia! Como? Morrer um dos Doces Bárbaros? Uma das minhas musas da MPB”.
Já o tenor Alessandro Batista, ao falar comigo, disse que Gal era dona de um timbre inconfundível. “Voz de soprano, de afinação ímpar. Deixa um legado grande para a música brasileira, desde a Tropicália até os dias atuais. Uma referência musical para muitos. Que Deus a receba na sua glória, tendo hoje um grande reforço celeste no coro dos anjos”, escreveu em mensagem enviada ao blog.
A cantora Carol Cunha falou que a baiana era uma artista que muito lhe inspirou em sua trajetória musical e que sua mãe adorava a cantora. “A música brasileira está em luto. Agora Gal vai cantar com sua voz divina no mundo espiritual. Nós perdemos e o mundo espiritual ganhou uma grande artista, uma artista brilhante”, falou em mensagem enviada.
“Gal foi referência de grande cantora para minha geração. Ela tinha uma voz cristalina e detentora de um repertório fantástico. Tudo que ela cantava, imprimia sua personalidade. A voz de Gal vai ser para sempre divina e maravilhosa”, afirmou o cantor Roberto Brandão, que ficou consternado com a sua morte.
Mesmo longe do Brasil, a cantora Cecília Leite afirmou que ficou em choque o saber do seu falecimento. "Nem acredito que não teremos mais Gal Costa entre nós. Posso dizer que a minha paixão pelo canto começou quando escutei a voz de Gal, uma voz cristalina, com um timbre único. Ficava feliz em ouvi-la, em aprender as letras e principalmente por sentir que conseguia cantar nos tons dela. Felizmente ficam eternizados conosco os belos registros da sua inesquecível voz", escreveu.
Em tempo - Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em 26 de setembro de 1945 em Salvador e foi a voz de clássicos da MPB como "Chuva de Prata”, "Meu nome é Gal", “Um dia de domingo”, "Meu bem, meu mal", "Baby" e "Festa no Interior". Ela iniciou a carreira em 1965 quando conheceu Caetano Veloso e Gilberto, onde apresentou suas músicas aos artistas. Foram mais de 5 décadas imprimindo todo seu talento à música.