Blog Jacieny Dias

Você pagaria cinco milhões de reais por uma garrafa de água decorada com diamantes, prata e ouro, considerada a "água mais pura do planeta" pelos criadores do produto? Esse é o valor estimado para uma peça que será leiloada no próximo mês pela Ô Amazon Air Water, em parceria com a joalheria Tanjô Jewelry. O detalhe curioso é que, segundo os idealizadores, a água foi captada diretamente dos chamados "rios voadores" – massas de ar úmido que circulam pela Amazônia e influenciam o regime de chuvas no Brasil.

“Água não é tudo igual”, afirma Cal Junior, fundador e presidente da Ô Amazon Air Water. Destaca-se que o produto é livre de cloro, conservantes e minerais como o sódio, atendendo aos padrões mais exigentes do mercado de águas finas. O leilão promete atrair colecionadores e curiosos em busca de exclusividade.

Do total arrecadado no leilão, R$ 1,5 milhão será destinado a dez projetos socioambientais focados na população ribeirinha de Barcelos, no interior do Amazonas, onde essa água de luxo foi produzida. Apesar do aspecto filantrópico, que traz um impacto positivo para a região, fica a pergunta: por que essa água é tão milionária?

Bom, já diz o ditado: chapéu de otário é marreta. Nesse caso, é pagar R$ 5 milhões por uma garrafa de água que, embora venha adornada com diamantes, prata e ouro, não deixa de ser... água. Talvez, para alguns, o luxo e a exclusividade justifiquem o preço absurdo. Mas para a maioria, parece um exemplo claro de como o marketing e a ostentação podem transformar algo essencial e comum em um símbolo de status inacessível.