Foi grande a repercussão da morte de Maria de Jesus Bringelo, mais conhecida como Dona Dijé, uma das principais lideranças quilombolas do Brasil. Ela morreu de infarto fulminante na última quinta-feira (14) no Quilombo de Monte Alegre, no Maranhão, onde viveu seus 70 anos.
Dona Dijé foi uma das fundadoras do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu, formado por mulheres extrativistas do Maranhão, Tocantins, Pará e Piauí. Era também integrante do Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais, criado há dois anos, mas só agora em funcionamento. Dona Dijé morreu dois dias após ser emposada como conselheira dos povos e comunidade tradicionais em Brasilia.
Muitas mensagens de pesar foram publicadas nas redes sociais. A jornalista Yndara Vasques deixou registrada uma dessas mensagens. “Quero comungar dessa tua serenidade em momento tão difícil...Foi tão pouca a nossa convivência, mas tão intensa! Sentirei falta das conversas, dos sorrisos, do aprendizado. Fui uma felizarda em compartilhar da tua companhia. Obrigada pelos ensinamentos Dona Dijé. Que a paz nos acompanhe!”, publicou.
“É uma grande perda para todas nós, mulheres negras, e principalmente mulheres negras do Norte. Ela também pertencia à Rede Fulanas, que é a organização regional de mulheres negras e quilombolas que temos aqui. São mulheres amazônidas. Ela veio ajudar a organizar o coletivo das quebradeiras de coco aqui do Tocantins, da Ilha do Bananal. Foi ela que passou todos os ensinamentos”, afirmou Maria Aparecida Matos, da Rede Alagbara, que reúne mulheres negras e quilombolas do Tocantins.
O Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu publicou em sua página no Facebook que “uma mãe palmeira se despede” e que Dona Dijé era um “referencial como ser humano de sabedoria e para a luta dos povos e comunidades tradicionais”.
A prefeitura de São Luís Gonzaga do Maranhão emitiu nota de pesar. "Foi com imenso pesar e grande tristeza que o Prefeito de São Luís Gonzaga do Maranhão, Dr. Júnior, recebeu a innformação do falecimento de sua amiga Maria de Jeus Bringelo (Dona Dijé). Mulher de fibra, guerreira que parte deixando-nos muitas lições de amor, amizade, ética, humanidade e trabalho".
( Com informações da Agência Brasil )