Blog Jacieny Dias

Causou burburinho nas redes sociais a publicação de matérias feitas pelo site 'The  Intercept'’ que traz supostas conversas de chats privados de integrantes da força-tarefa da Lava Jato e diálogos do então juiz Sergio Moro com Deltan Dallagnol.

Esse material veio a público, na noite de domingo (9), dias após o ministro da Justiça, Sergio Moro, divulgar que seu celular foi clonado. Mas os responsáveis pelo site garantiram que já tinham os arquivos bem antes da divulgação da clonagem e que eles foram “enviados por uma fonte anônima há algumas semanas”.

“O único papel do Intercept Brasil na obtenção desse material foi seu recebimento por meio de nossa fonte, que nos contatou há diversas semanas (bem antes da notícia da invasão do celular do ministro Moro, divulgada nesta semana, na qual o ministro afirmou que não houve “captação de conteúdo”) e nos informou de que já havia obtido todas as informações e estava ansiosa para repassá-las a jornalistas”, afirmam os jornalistas Glenn Greenwald, Betsy Reed e Leandro Demori, editores do ‘The Intercept’ e 'The Intercept Brasil', em uma declaração conjunta. (Leia aqui)

Eles disseram também que tomaram todas as medidas para garantir a segurança do material fora do Brasil para que “vários jornalistas possam acessá-lo, assegurando que nenhuma autoridade de qualquer país tenha a capacidade de impedir a publicação dessas informações”.

O site publicou três matérias, sendo que uma delas traz reproduções de trocas de mensagens de Dallagnol com procuradores num grupo de bate-papo, dias antes de apresentar a denúncia contra Lula no caso do triplex.

Um dos diálogos dizia: “Falarão que estamos acusando com base em notícia de jornal e indícios frágeis… então é um item que é bom que esteja bem amarrado. Fora esse item, até agora tenho receio da ligação entre petrobras e o enriquecimento, e depois que me falaram to com receio da história do apto… São pontos em que temos que ter as respostas ajustadas e na ponta da língua.” (Leia aqui)

Em sua conta no Twitter, o ministro Moro disse que é muito “barulho” para mensagens obtidas por meios “criminosos” e que leitura atenta revela que “não tem nada ali apesar das matérias sensacionalistas”. O ministro também divulgou uma nota oficial.

NOTA DE SERGIO MORO

“Sobre supostas mensagens que me envolveriam publicadas pelo site Intercept neste domingo, 9 de junho, lamenta-se a falta de indicação de fonte de pessoa responsável pela invasão criminosa de celulares de procuradores. Assim como a postura do site que não entrou em contato antes da publicação, contrariando regra básica do jornalismo.

Quanto ao conteúdo das mensagens que me citam, não se vislumbra qualquer anormalidade ou direcionamento da atuação enquanto magistrado, apesar de terem sido retiradas de contexto e do sensacionalismo das matérias, que ignoram o gigantesco esquema de corrupção revelado pela Operação Lava Jato.”

Nota da editora - Bom, se o arquivo é “sigiloso” como essa fonte "anônima" teve acesso a mesma? Quem hackeou o celular do ministro Moro e dos integrantes da Lava-Jato? Quem foi o mandante?